As fotos e os nomeados a vermelho são as minhas apostas...

Ranking
8 nomeações - "Brokeback Mountain"
6 nomeações - "Crash" "Goodnight, and Good Luck" e "Memoirs of a Gueixa"
5 nomeações - "Capote", "Munich" e "Walk The Line"
4 nomeações - "Pride & Prejudice", "The Constant Gardener" e "King Kong"
3 nomeações - "Cinderella Man", "The Chronicles of Narnia: The Lion, The Witch And The Wardrobe" e "War of The Worlds"
2 nomeações - "Hustle & Flow", "Transamerica", "North Country", "Mrs. Anderson Presents", "Syriana" e "A History of Violence"
1 nomeação - "Junebug", "Match Point", "The Squid and The Whale", Harry Potter and Goblet of Fire", "Batman Begins", "The New World", "Charlie and The Chocolate Factory" e "Star Wars: Episode III Revenge of The Sith"

Surpresas:
A Academia é conhecida pelas grandes surpresas e este ano não foi diferente e por isso é quase um tiro no escuro fazer previsões totais de quais serão os nomeados. Talvez a maior surpresa tenha sido Munich, pela positiva, visto ter conseguido 5 nomeações, das quais Melhor Filme e Melhor Realizador. Pela negativa, outra das supresas foi o desvanecer de Walk The Line, afastado da categoria de Melhor Filme conseguiu ser ultrapassado em nomeações por outros filmes que não estavam tão bem colocados, como "Capote" e "Memoirs of A Gueixa". O filme de Rob Marshal apesar de não ter conseguido nenhuma das nomeações para as principais categorias, nem a de melhor actriz que lhe parecia sorrir, foi o 2º filme mais nomeado em ex-equo com "Crash" e "Good Night and Good Luck". Crash foi também uma agradável surpresa, que não se esperava ter tantas nomeações em tão distinguidas categorias. Keira Knightly e Charlize Theron são as surpresas na categoria de Melhor Actriz, assim como Terrence Howard na de Melhor Actor. Jake Gylenhaal é a surpresa nos actores secundários, mas com uma justíssima nomeação.

As Ausências:
A mais flagrante parece-me ser Jarhead na categoria de Melhor Fotografia(ACHIEVEMENT IN CINEMATOGRAPHY). O filme poderia não ter mais nenhuma nomeação, mas esta parecia-me óbvia. Uma surpreendente ausência dupla na categoria de Melhor Canção. Normalmente são 5 as canções nomeadas, este ano a Academia ficou-se pelas 3. Maria Bello em Melhor Actriz Secundária parecia também já uma certeza, mas trocaram-nos as voltas e nem ela nem Scarlett Johansson conseguiram a nomeação.

Agora é esperar por dia 5 de Março para sabermos os resultados.

Não se pode falar em grande vencedor da noite, uma vez que estes prémios apenas distinguem categorias de representação, não é também por isso uma grande surpresa que Brokeback Mountain não tenha levado nenhum prémio. Philip Seymor Hoffman continua imparável e Reese Witherspoon ainda consegue ser a única a ameaçar a vitória de Felicity Huffman nos Oscars.

As escolhas de Charlize Theron depois de ter ganho o Oscar não foram definitivamente as melhores.

North Country é daquele género de filmes que acaba e pensamos "ah boa, e o que é que isto me acrescentou?" Não estou a menosprezar o feito das trabalhadoras de North Country, que deram um grande passo para que as mulheres americanas adquirissem o respeito que merecem, mas era mesmo necessário fazer disto um filme? E de carácter dramalhão de domingo à tarde?

Se há coisa mais batida são filmes de tribunal e histórias da coitadinha. Este tem dos dois. Charlize é a mãe solteira, desempregada, que leva tareias do namorado, também ele desempregado e que deixou de acreditar nos homens. Foge com os filhos para casa dos pais e para desgosto destes decide ir trabalhar para uma mina, trabalho até à altura apenas feito por homens. No trabalho acaba por ser maltratada pelos colegas do sexo masculino, o que a leva a contratar um advogado e processar a companhia por assédio sexual. Este torna-se o primeiro caso de assédio sexual contra uma empresa e que veio dar origem ao que hoje em dia é uma queixa comum nos tribunais americanos.

O argumento é fraco e manipula o espectador sem dó nem piedade para simpatizarmos com a personagem principal, ao ponto de nos querer fazer ter pena dela, mas olhamos para aquela cara linda dela e distrai-nos do seu sofrimento. No fundo sabemos que nenhuma mulher com aquela beleza poderia ser assim tão infeliz. Charlize Theron, nomeada ao Globo de Ouro por este papel, parece-me bastante distante do excelente trabalho que fez no Monstro. Aqui limita-se a chorar, qual madalena arrependida, de tal forma que se torna irritante. Safa-se Frances McDormand num seguro papel secundário que nos traz os únicos momentos interessantes do filme.

Meu deus, tanto disparate junto...

Não há nada que enganar, se tem o carimbo MTV, fujam a sete pés. É isso que é este Aeon Flux, um filme para o público MTV. Sem o mínimo de preocupação em manter um argumento que convença, o propósito é apenas tentar fazer alguma coisa com um aspecto muito cool, futurista e de modo a mostrar bastante as curvas da Charlize Theron. Ok, nós até não nos importamos muito com esta última parte, mas para isso temos o Celebridades do Woody Allen que sempre é (bastante) mais inteligente.

A história é qualquer coisa como uma praga que varre o mundo, deixa uns quantos para perpetuar a vida humana, mas não olha a custos para o fazer. Uma espécie de prisão disfarçada de éden. Os que não vão nesta conversa tentam matar o presidente e mandam a sua melhor assassina, a Charlize, claro está. Algo não corre como o planeado e as ervinhas começam-se a mexer(???). Muita luta cheia de estilo, um tórrido romance reaceso e muita roupa colada ao corpo da menina e pronto, é isto.

A actriz até nem fica nada mal com o cabelo preto, mas isso é irrelevante para o filme. O elenco secundário é péssimo e uns bons efeitos especiais não são suficientes para nos distrair da debilidade do argumento. A ver apenas sob a desculpa de não resistir ao encanto de Theron, caso contrário não percam tempo.

Ainda estou a recuperar do assombro que foi ver o The Godfather, o Saw II e o Brokeback Mountain. Foi uma semana em cheio para mim.

Na terça-feira de manhã ficamos a saber, finalmente, os nomeados aos Oscars. Caso queiram assistir em directo à cerimónia de divulgação dos nomeados estejam atentos ao canal Sky News da TVCabo (foi aonde eu vi o ano passado). O Presidente da Academia, Sid Ganis, e a vencedora de uma estatueta e membro da Academia, Mira Sorvino, vão apresentar os nomeados. Independentemente dos nomeados, parece-me que Brokeback Mountain vai ser o grande vencedor da noite, já nem fazia sentido se assim não fosse, dado o seu historial em cerimóminas de entregas de prémios até aqui. Mas os Oscars gostam de primar pela diferença e há sempre algumas surpresas. É esperar por dia 5 de Março para saber os resultados.

A notória Bettie Page... ai ai.. aqui!

O Crime do Padre Amaro lá passou o Tentação e tornou-se no filme português mais visto de sempre. É triste mas é verdade. Eu ainda não vi, mas algo me diz para não ir gastar 5 euros naquilo. De uma coisa temos a certeza, agarra-se num padre, numa manequim para actriz principal e em muito sexo e está feito um Blockbuster à maneira tuga. Santa paciência.

Os meus parabéns ao canal Hollywood pela iniciativa de passar a série The Sopranos desde o início. O horário é óptimo (a lembrar a altura em que os ficheiros secretos davam à segunda-feira à noite) e apesar de um pequeno acidente com as legendas no último episódio, tudo corre às mil maravilhas. Apenas um pequeno conselho, também relacionado com a legendagem da série, aquilo é quase preciso uma lupa para ler as legendas, aumentar um bocadinho o tipo de letra não fazia mal a ninguém.

Vi a semana passada o Kiss Kiss Bang Bang e para além de o recomendar vivamente, devo dizer que estou muito feliz com o renascer das carreiras de Val Kilmer e de Robert Downey Jr. Kilmer estava mesmo a precisar de um filme para renascer das cinzas, uma vez que tudo o que tinha feito nestes últimos anos até provocava náuseas.

Parece que Scream 4 vai mesmo para a frente, mesmo com a saída de Wes Craven confirmada e com a dúvida relacionada com a participação de Neve Campbell. Põe-se a hipótese desta sequela ser centrada no personagem de Courtney Cox. Wes Craven disse que não estava interessado na sequela de Scream, mas que, caso conseguisse ter os actores originais, fazia uma sequela de Red Eye. Eu pergunto-me como é que, a esta altura, ainda não há uma Alta Autoridade para a Estupidez em Hollywood?

Os meus parabéns à iniciativa Lumière 2006. Os únicos "prémios" votados pela comunidade de críticos blogueiros. A iniciativa contou com a votação de 30 blogs e elegeu Million Dollar Baby como o filme do ano.

Não esquecer hoje à 1:00h no AXN a entrega dos prémios Screen Actors Guild, mais informações aqui!

Isto não tem nada a ver com cinema, mas eu parti-me a rir, por isso dêem uma espreitadela que não se arrependem. Ah, o link, aqui!

Até à próxima e até lá fiquem com esta imagem da fabulosa Gretchen Mol no papel de Bettie Page.

Cá está ela, em primeira mão, a crítica ao tão falado (e premiado) filme sobre os cowboys gays.

Eu até gostava de poder ter uma opinião contrária à generalidade da crítica por esse mundo fora, só para ser diferente, mas a verdade é que não tenho alternativa senão render-me a Ang Lee e ao seu épico de amor.

Ennis Del Mar e Jack twist, dois cowboys do Oeste americano, vivem um amor escondido dos olhos do mundo durante 20 anos, depois de se terem conhecido no verão de 1963 e trabalhado juntos nas montanhas de Brokeback Mountain, aonde se apaixonaram.

Mas, é então este um hino ao amor gay e destinado a emocionar apenas esse público? Longe disso, Brokeback Mountain é uma universal história sobre o amor, que não se prende com clichés ou preconceitos, uma lição de amor para toda a gente.

Ang Lee está em controlo total da sua visão, tornando cada frame num grande momento e cada silêncio em ouro. As imagens na montanha de Brokeback Mountain são de uma beleza inexplicável. O realizador já tinha dado provas do seu talento atrás da câmera no lindíssimo O Tigre e o Dragão, mas em Brokeback Mountain o seu trabalho supera-se.

Se no início do filme nos pode fazer alguma confusão as cenas mais íntimas entre Jack e Ennis (os meus parabéns a Jake Gyllenhaal e Heath Ledger pela coragem), à medida que a história se desenrola acabamos por empatizar com os personagens e damos por nós a torcer para que o seu amor dê certo. A mensagem do filme acaba por quebrar as barreiras da sexualidade, tornando secundário o facto de serem dois homens apaixonados.

Ennis Del Mar é interpretado por Heath Ledger, que tem aqui o papel da sua vida (convenhamos, com a filmografia que o rapaz tinha não era dificil). Não simpatizava particularmente com o actor, mas confesso que depois de ver o filme tenho de ser justo e dizer que ele está fenomenal. A construção do personagem está muito segura e nem o facto de representar um homem de poucas palavras foi um obstáculo para Ledger, capaz de passar emoções com um simples olhar.

Jack Twist é interpretado por Jake Gyllenhaal e não há nada de novo a dizer sobre este jovem talento. Desde Donnie Darko a sua carreira tem subido consideravelmente, criando personagens tão distintas como a de Proof, de Moonlight Mile ou de Jarhead. Aqui tem novamente uma brilhante prestação que deveria converter-se, a meu ver, numa nomeação ao Oscar. A frase "I wish I knew how to quit you", proferida pelo seu personagem está destinada a ficar na memória de todos, ao lado de outras tão famosas como "You complete me" de Jerry Maguire ou "I'm the king of the world" the Titanic. O seu destroçado personagem é passível de nos arrancar uma lágrima ou outra.

Michelle Williams e Anne Hathaway, as esposas de Ennis e Jack, apesar do pouco tempo no ecrã brilham nos papéis secundários, especialmente Williams que dá uma performance perfeita da esposa enganada.

Está então na altura de alargarmos os horizontes e não deixarmos que o preconceito, ligado ao facto deste ser um romance homosexual, nos prive de tão bela obra cinematográfica. Não há que ter vergonha de ser heterosexual e gostar deste filme, é apenas sinal de que temos sentimentos.

Sim, vai haver sangue... e não é pouco.

Jigsaw, um dos mais imaginativos e bem conseguidos vilões dos últimos tempos, está de volta para atormentar a vida de mais uma mão cheia de gente. Bem ao estilo de Cube, no ínicio deste filme um grupo de pessoas acorda numa sala sem saber como ali foi parar, nem qual o seu propósito. Assim que descobrem a cassete deixada pelo autor do rapto, percebemos que estamos prontos para mais uma puzzle na mente diabólica de Jigsaw.

Saw tinha reavivado o género, glorificado em se7en de David Fincher, dos thrillers sobre serial killers, deu um novo significado ao conceito de twist final e conseguiu aliar um empolgante filme de suspense com o mais explícito do gore. Aqui a fórmula é elevada a um nível sem precedentes e ficando na história como uma das melhores sequelas de sempre.

Mas, atenção, nada disto poderá corresponder à vossa opinião se não partilharem do gosto pelo macabro, pelo sangue aos litros, pelo sinistro de uma (ou mil) seringas... Não é, sem dúvida, um filme para os fracos de estômago. Se Saw conseguia deixar alguma margem para a imaginação, Saw II está determinado a não nos deixar descansar a vista. E que regalo, cada morte é requintada com deliciosos pormenores que nos fazem entrar no complexo mundo de Jigsaw.

Comparativamente com o primeiro há algumas mudanças para pior e outras para melhor. Se a realização não está sequer perto de ser tão assustadora como o primeiro filme (também porque este escolheu um caminho mais explícito de violência, por contraste com a violência psicológica que abundava no primeiro) por outro lado tem pormenores de técnicos fantásticos, como a montagem frenética ou a fotografia.

É portanto um filme para quem procura um escape do cinema limpo, cuidado, censurado e dissimulado. Aqui tudo está às claras (ou mais precisamente às escuras), o que acontece não é filtrado, por mais desagradável que isso seja para o espectador. É mesmo caso para dizer: se é facilmente impressionável, ou está grávida, este filme não é aconselhável. Se não, não percam.

O actor, irmão de Sean Penn, famoso pelo seu papel no filme Reservoir Dogs, foi ontem encontrado morto na sua casa em Santa Monica A causa da morte é desconhecida, o actor tinha 40 anos.

Vou-vos fazer uma oferta que não podem recusar: se ainda não o fizeram, vejam este filme!

Eu não tinha grandes expectativas, esperava um filme bom, mas nunca me passou pela cabeça que pudesse ser tão bom. Agora percebo porque é que o filme está em 1º lugar no top dos melhores 250 filmes de sempre do site IMDB. É, sem dúvida uma das melhores obras cinematográficas de sempre. O já falecido Marlon Brando é perfeito e eternizou a personagem de Don Corleone, o maior chefe de máfia do cinema. Os veteranos Robert Duvall e James Caan dividem o ecrã com os então jovens Al Pacino e Diane Keaton, dando origem a um dos mais memoráveis elencos.

O filme é uma viagem pela família Corleone, especialmente a queda do pai e o renascer de um filho. Confesso que mais do que Marlon Brando, quem me deixou rendido foi Al Pacino. O percurso do seu personagem é arrebatador, assim como a sua interpretação. Sentimos a sua inocência a perder-se, os seus sentimentos a desvanecerem até este se tornar, literalmente, no seu pai. É fantástica a cena em que Michael Corleone é espancado por um polícia que lhe parte o maxilar, acabando por ficar com uma forma de falar similar ao seu pai, funcionando como uma premonição do que seria o desfecho do filme.

Francis Ford Coppola é um mestre atrás da câmera, e O Padrinho é talvez a sua maior obra-prima, a par com Apocalypse Now.(ainda não vi O Padrinho II, que algumas pessoas dizem ser melhor do que este.) A história de quase 3 horas é tudo menos uma experiência penosa, e se alguma vez se torna assim é pela crueza das imagens e das cenas. As emoções são levadas ao extremo, como é exemplo a magistral cena da morte de Don Corleone, em que é mostrado um lado mais infantil e sensível do homem por trás do temido Padrinho. É um mergulho no mundo do crime, a máfia italiana na América e a sua influência em todas as àreas sociais. Mas, mais importante, é um filme sobre a família. A Família Corleone, a mais poderosa família na América, uma família como a nossa.

Os SAG's são um importante prémio que antecede aos Oscars, com a particularidade de ser votado por actores. Este ano podemos assistir à cerimónia em directo no canal da tvcabo, AXN. Domingo à 1:00h. Os nomeados são:

Match Point e The Notebook

Epah isto é mesmo muito mau.

Como é que se consegue, de uma permissa interessante, com dois actores de grande qualidade e com uma realização competente, criar um filme tão mau?

Uma recém viúva embarca com a sua filha num avião destinado aos EUA. Em pleno vôo a filha desaparece e a dúvida surge, terá a rapariga desaparecido realmente, ou será que ela nunca chegou a embarcar?

Flightplan começa por ser um interessante thriller, nada de demasiado empolgante, mas cria a espectativa de que, com um final que surpreenda, o filme pode ser muito bom. Claro que ter Jodie Foster e Peter Sarsgaard ainda aumenta mais as expectativas. Mas desenganem-se, este é um thriller manipulador, cheio de falhas no argumento e que só nos desilude com o final impensável, despropositado e risível. Não fossem os dois actores mencionados e a tensão que transpiram e o filme nem servia como desculpa para comer pipocas. Há horas da nossa vida que gostavamos de ter de volta.

Como já devem ter reparado fiz algumas alterações no layout do blog para tornar mais fácil o acesso às minhas críticas anteriores ou aos links. Tenho também agora o destaque para o filme da semana. Espero que gostem.

Depois de muito trabalho a fazer refresh de 5 em 5 minutos no site oficial, para saber os resultados à medida que íam saíndo, aqui estão os vencedores deste ano dos Globos de Ouro.

Contas feitas, inevitavelmente, Brokeback Mountain mais uma vez a vencer nas grandes categorias com um total de 4 globos.

Walk the Line foi o vencedor dos filmes comédia/musical com 3 prémios

Na séries de televisão Desperate Housewives foi a melhor comédia mas não consegui que nenhuma das suas 4 nomeadas levasse o globo para melhor actriz. Mary-Louise Parker levou-o, conseguindo assim o segundo prémio da carreira de Weeds na categoria de melhor actriz, em televisão. O primeiro foi nos Satellite Awards em que ganhou empatada com Felicitty Huffman, das Desperate Housewives, que aqui somou mais uma às suas muitas vitórias pelo seu papel principal no filme Transamerica.

Do lado do drama, Lost foi a melhor série, sem grandes surpresas.

A aclamada série da HBO, nomeada este ano para os globos de ouro, vai passar na televisão nacional. Escusado será dizer que o canal que a vai passar é a :2. Estreia dia 30 de janeiro. A não perder.

Já tinha saudades desta secção no blog :P

Jake Gyllenhaal é Swofford, um soldado/snipper que luta contra o tédio no deserto, com uma guerra que não começa, mas que parece não ter fim. É ele a figura central neste polémico filme de Sam Mendes.

Se tiramos alguma elação depois de visionarmos Jarhead é de que Sam Mendes não gosta de histórias convencionais. American Beauty já tinha sido prova suficiente, mas agora não há dúvidas. E, apesar de uma interpretação perturbante de Jake Gyllenhaal e uma comovente actuação de Peter Sarsgaard este é um filme de Sam Mendes, para Sam Mendes. A minha teoria é de que o realizador quis aproveitar a oportunidade de estar a fazer um filme de guerra para homenagear os clássicos do género que, no fundo, não falam sobre a guerra, Full Metal Jack e Apocalypse Now. A cena inicial não deixa dúvidas da referência ao filme de Stanley Kubrick e, no caso do filme de Francis Ford Coppola, este é mesmo utilizado numa das mais inspiradas cenas de Jarhead. Mas, Sam Mendes, consegue construir algo de único apesar de não atingir o nível de obra-prima de Kubrick ou Coppola.

Um filme que fala sobre uma imensa perda de tempo pode ser apelidado disso mesmo. E pode ser frustrante ver um filme sem sentido, mas não quando o tema do filme é a frustração e a falta de sentido. Jarhead é então, a meu ver, um filme incompreendido, não chega a ser um filme anti-guerra, mas também não é totalmente pró-guerra e a sua não tomada de posição leva a reacções negativas de ambas as partes.

A espera a que os soldados são submetidos no deserto acaba por mexer com a sua sanidade. Treinados para serem máquinas de matar, o pelotão desespera por não ver a altura em que usarão as armas chegar. Os monstros são invisíveis e cada vez maiores dentro das cabeças de cada um. O deserto é uma espécie de purgatório antes de entrarem no inferno e, convenhamos, quem quer ficar uma eternidade à espera de um inferno que não sabe quando vem?

O estilo de comédia negra é também um pouco uma metáfora para o riso nervoso que nos sai quando queremos deixar de pensar em alguma coisa. Mas esse momento acaba por chegar e os momentos de drama contrastam da melhor forma com o humor.

Outro aspecto do filme que não deixa ninguém indiferente é a qualidade da fotografia, Roger Deakins tem um trabalho fabuloso, ao mostrar a beleza do horror no deserto. Os furos de petróleo que ardem, criando uma chuva negra sobre o branco da areia e que cobre os soldados, o negro que se apodera deles, que entra sem pedir licença. O deserto, infindável na linha do horizonte, com a sua poeira e o seu brasão do sol. Impressionante.